Administração biopolítica da intimidade nos Biobancos

Autores

  • Raúl Villarroel Universidad de Chile

Resumo

A partir dos experimentos originais de Mendel sobre as características hereditárias das plantas de ervilhas, as ciencias biológicas descolaram uma trajetória que parecia não ter limites e que cristalizou-se em nossos dias numa geração de sistemas de informação sobre a genética humana, cuja expressão mais consumada representam, indubitavelmente, os Biobancos. O emprego deste material de tecido humano, capaz de revelar a história das enfermidades e os estilos de vida dos indivíduos por parte da investigação biomédica, têm suscitado um alto interesse de cientistas, filósofos, juristas e outros estudiosos, que têm querido refletir acerca dos desafios teóricos e práticos desta nova abertura do conhecimento. Neste trabalho tenta-se perscrutar as dificuldades éticas que poderiam derivar da administração da informação armazenada nos Biobancos, na medida em que se entenda que sua concepção, implementação e desenvolvimento implicam riscos associados à expressão e expansão de uma "biopolítica" contemporânea, tal como o termo em questão foi caracterizado e interpretado pelo filósofo francês Michel Foucault.    

Palavras-chave:

biobancos, biopolítica, anatomopolítica, bioética, genética