Este artigo analisa, a partir de uma postura crítica, a utilização da cranioplastia de compressão com curativo como método de limitação de tratamento de suporte vital (LTSV). Com esta técnica ativa, alguns autores têm proposto provocar a morte encefálica, possibilitando a doação de órgãos. Ao contrastar este procedimento com as recomendações do documento de consenso sobre o tratamento do final de vida do paciente crítico, elaborado pelo grupo de bioética da SEMICYUC, se comprova que os meios e fins desta técnica não encaixam com as atuações próprias da LTSV, que se baseiam na retirada de meios de suporte vital ou em seu não início, ao considerar os ditos meios desproporcionados ou extraordinários em alguns casos, evitando assim a obstinação terapêutica. A definição de LTSV permite esclarecer os limites nos quais, de um modo eticamente correto e aceito, as atuações ao final da vida se circunscrevem às finalidades da medicina, evitando a suspeita de que ditas atuações podem ser mal interpretadas como justificativa para uma obtenção de órgãos abusiva. O artigo conclui que a provocação direta da morte encefálica mediante a técnica da cranioplastia com curativo não parece cumprir os critérios próprios da LTSV.
Palavras-chave:
cranioplastia, limitação de tratamento de suporte vital, doação de órgãos, craniectomia descompressiva
Como Citar
Canabal Berlanga, A., Jara Rascón, J., Gómez Rodríguez, R., Abengózar Muela, R., Ruiz Hornillos, F. J., Moreno Villares, J. M., de Santiago Corchado, M., Viejo Llorente, L. F., Abellán Salort, J. C., & Gándara del Castillo, Álvaro. (2015). Valoração ética da cranioplastia com curativo compressivo como forma de limitação de tratamentos de suporte vital. Acta Bioethica, 21(2). Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/37554