Por sua própria natureza, os sistemas biotecnológicos geram tanto benefícios como riscos e situações de dúvidas e de ignorância. As avaliações dos sistemas biotecnológicos, dos artefatos que produzem e de suas conseqüências nas sociedades e na natureza, dependem tanto de valores constitutivos destes sistemas biotecnológicos, como de diferentes valores externos a eles, que variam de um grupo social a outro, e que muito dificilmente chegam a coincidir completamente. Tal diversidade valorativo deve ser reconhecida nos processos de avaliação biotecnológica, por exemplo sobre questões de biossegurança, por parte de experts e de diversos setores sociais (agentes estatais, empresários, organizações não governamentais, grupos de cidadãos). Consequentemente, devem estabelecer-se instâncias de participação de experts de diferentes, disciplinas naturais, sociais e humanisticas, bem como de não peritos, representantes de setores sociais com interesses em jogo, que vigiem o impacto dos sistemas biotecnológicos e de seus artefatos, e que tenham capacidade de decidir e de realizar ações para prevenir, ou enfrentar os efeitos negativos dos sistemas biotecnológicos.