A Bioética tem como desafio argumentar num contexto de multiplicidade de vozes éticas. O mundo hoje está constituído por "amigos" e "estranhos" morais, no dizer de T. Engelhardt, o que torna difícil a busca de autoridade moral tendo como base um único conteúdo. A Bioética deve propor interpretações e normas para ação em diversos cenários: justiça sanitária, investigação clínica, biodiversidade, genética, entre outros.
Sendo este o desafio da Bioética, parece útil distinguir, como já exposto por J. Habermas, o pragmático, o ético e o moral como diferentes aportes da Razão Prática. Trata-se de linguagem que tem origem na tradição kantiana, da qual todos fazemos parte quando se refere a filosofia sobre moral.Mesmo considerando que T. Engelhardt não acredita na teoria da Ação Comunicativa de Habermas como instrumento para a solução do problema moral contemporâneo, a linguagem desse último pensador pode ser decisiva para a Bioética.