As exigências de uma ética do saber

Autores

  • María Lucrecia Rovaletti Universidad de Buenos Aires, Argentina.

Resumo

O "desejo de conhecer" uma das aspirações fundamentais do homem, conjuga-se com a ambição ou a competitividade, fenômenos que podem promover desvio de seus objetivos desinteressados. Atualmente lança-se suspeita sobre a "libido sciendi" que vem se transformando em "libido dominandi", situação que combina valorização legítima do poder e a idolatria do progresso.

Entretanto, os possíveis desvios não devem ser imputados somente ao desejo  de conhecer, mas, também, ao sistema social que, por meio das instituições, obriga os investigadores a demonstrarem competência permanente através de projetos e publicações compelindo-os a submeterem-se às leis da concorrência econômica ou adaptarem-se ao jogo da competição internacional pelo prestígio.

Como membros de uma comunidade científica com interesses próprios, é preciso que defendamos a autonomia da "libido cognoscendi" frente aos determinantes sociais na medida em que deles dependem os recursos econômicos para investigação. A investigação ainda que desinteressada constitui valor importante para o enriquecimento cultural da sociedade, mas é necessário permanecer vigilante pois o homem encontra-se no centro das investigações, assim como as aplicações advindas das mesmas.

Palavras-chave:

Libido, competitividade, progresso, prestígio, investigação desinteressada.

Biografia do Autor

María Lucrecia Rovaletti, Universidad de Buenos Aires, Argentina.

Doctora en Medicina. Profesora Investigadora del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), Universidad de Buenos Aires, Argentina.