A gravidez tubária (GT) é a implantação de um óvulo fertilizado na trompa uterina. O fato é que a GT seguirá apresentando-se muitas vezes ao médico em forma de um episódio clínico urgente de hemorragia intra-abdominal. O médico pode dar então por seguro a morte do embrião e intervirá para extirpar os restos embrionários e a trompa perfurada e sangrante. Conseguirá assim reverter a grave ameaça imediata à vida da mãe. O tratamento médico com metotrexate (MTX) é um procedimento seguro e efetivo no tratamento da gravidez ectópica, sem os riscos potenciais da cirurgia. A ação do médico não será nunca atentar diretamente contra o embrião, senão sobre a causa da patologia, que quiçá provoque a morte do embrião. A intervenção medicamentosa nestes casos tem sido considerada por alguns como uma forma de aborto indireto e, portanto, em apreciação da invulnerabilidade da vida humana, um ato antiético. Porém, a argumentação ética sobre o objetivo desta intervenção pode ser postulada sob o princípio do duplo efeito.
Casas M., M. de la L., & Sánchez Javier, R. M. (2012). Consideraciones éticas sobre o uso de metotrexate na gravidez tubária (GT). Acta Bioethica, 18(2). Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/24157