A investigação científica tem possibilitado novas esperanças na cura de diversas patologias provocadas por processos degenerativos ou por dano direto sobre órgãos e tecidos. Uma das linhas de estudo mais promissoras é a utilização de células pluripotenciais, sendo sua fonte principal os embriões obtidos nas técnicas de fertilização assistida. Mas os questionamentos éticos a respeito da utilização e destruição deles tem levado a engenhosidade humana a desenvolver entidades que se assemelham a embriões, mas que não seriam essencialmente. Se isto for certo, sua utilização para obter essas valiosas células não seria objetável. Estes pseudo-embriões desafiam a nossa inteligência a estabelecer seu verdadeiro estatuto ontológico. Este trabalho busca refletir sobre a dificuldade para aplicar os distintos critérios que utiliza a nossa inteligência para identificar ou não, numa série de entidades naturais e criadas pelo homem, a presença de um indivíduo humano com todos os seus direitos e dignidade.
Besio Rollero, M. (2012). Os pseudo-embriões. Uma inteligibilidade no limite de nossa inteligência?. Acta Bioethica, 18(2). Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/24201