O envelhecimento da população supõe desafios particulares na busca de bem-estar das pessoas idosas. A solidão é um fenômeno de crescente relevância na investigação e nas políticas públicas relacionadas com a velhice e o envelhecimento, devido à sua relação com uma etapa da vida associada a perdas sociais e à sua influência na saúde mental da pessoa idosa. Este ensaio busca refletir sobre a solidão situada na velhice a partir de diferentes racionalidades do conceito, como categoria de classificação cultural e epidemiológica e as implicações que esta pode ter na definição de políticas e estratégias para sua abordagem. É enfatizada a obtenção de uma racionalidade da solidão a partir da construção cultural do risco e subjetivação do dano, sobre a noção medicalizada do fenômeno como síndrome ou fator de risco epidemiológico. Finalmente, propõe-se a consideração de cenários de construção cultural para a racionalidade da solidão na velhice e discute-se sobre considerações para sua medição e sua abordagem no marco de uma racionalidade enquadada numa epidemiologia cultural.
Palavras-chave:
solidão, velhice, envelhecimento, risco, cultura
Como Citar
Gajardo Jauregui, J. (2015). Velhice e solidão: implicações a partir da construção da noção de risco. Acta Bioethica, 21(2). Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/37561