A idiossincrasia da profissão médica, as características de personalidade característica do médico e a falta de formação específica para reconhecer e, corretamente, tratar a própria vulnerabilidade, predispõem esse grupo a sofrer mais patologias mentais, e provavelmente tratamento deficiente de outras doenças. A maioria dos estudos realizados até agora tem como foco a patologia mental e o comportamento aditivo do médico, do ponto de vista do risco por negligência e segurança de seus pacientes. A revisão narrativa da literatura científica realizada (MEDLINE, EMBASE e IME 1985-2016) tem mostrado que no ambiente de idioma hispânico temos apenas informações atualizadas sobre o médico como paciente, apesar de ser uma questão de relevância inquestionável do ponto de vista da segurança assistencial, do profissionalismo e do próprio bem-estar dos profissionais. A situação do médico enfermo é complexa e pouco conhecida, com conflito de papéis e impacto sobre a ética profissional e a qualidade dos cuidados médicos. São necessários mais estudos, tanto quantitativos como qualitativos, que permitam compreender o processo do adoecimento dos médicos em cada um dos seus estágios profissionais (desde a graduação até a aposentadoria) para ser capaz de considerar estratégias para a melhoria na atenção da saúde desses profissionais.
Palavras-chave:
doença, médico, estudante de medicina, médicos residentes, aposentadoria, automedicação, auto tratamento, acesso a cuidados de saúde, saúde mental, ética médica, deontologia profissional
Como Citar
Marco-Gómez, B., Pérez-Alvárez, C., Gallego-Royo, A., Martínez-Boyero, T., Altisent, R., Delgado-Marroquín, T., & Astier-Peña, M. P. (2018). O processo de adoecimento dos médicos e as suas consequências acerca do profissionalismo. Acta Bioethica, 24(2), 199–210. Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/51623