Culturas cosmopolitas do parto. Contrastando suas bases antropológicas desde uma perspectiva bioética

Autores

  • José Manuel Hernández Garre Universidad de Murcia
  • Baldomero De Maya-Sánchez Universidad de Murcia

Resumo

O objetivo do presente artigo foi explorar, desde uma perspectiva ética, as principais características e bases antropológicas do parto, tratando de elucidar, desde um posicionamento personalista, que padrões são mais consistentes com o respeito da dignidade materna e os princípios básicos da bioética. A metodologia eleita foi a análise documental, mediante o uso de diferentes bases de dados do âmbito das ciências médicas, sociais e antropológicas. Os resultados mostram abordagens bioeticamente antagônicas, situando-se de um lado dois reducionismos ontológicos de corte biologicista, o parto medicalizado e natural, e de outro uma abordagem holística, o parto humanizado. Os dois primeiros rompem com o princípioi da autonomia e não maleficência, ao deixar o destino das mães marcado por sua fisiologia, natureza que, desde uma perspectiva medicalizada, está representada pela noção de risco e fragilidade, ficando as mães expostas a múltiplas intervenções clínicas iatrogênicas; enquanto que, desde uma cosmovisão naturista, é percebida desde a noção de infalibilidade, o que converte as mães em reféns de sua suposta perfeição anatômica. Conflitos éticos que não surgem no modelo humanista, ao representar este às mães como um sujeito social global que excede qualquer reducionismo atomista.

Palavras-chave:

culturas do parto, parto medicalizado, parto natural, parto humanizado, personalism