1. Bernhard von Gudden diagnosticou o transtorno do Rei Ludwig II da Baviera como “paranoia” (loucura), ainda que Ludwig nunca tenha sido pessoalmente avaliado por este especialista psiquiatra, diagnóstico que o governo bávaro usou para justificar a remoção de Ludwig do poder. 2. Sua conduta progressivamente anormal; seus projetos múltiplos de construção, pelos quais incorreu em fortes dívidas; sua convicção de descender diretamente dos Bourbons graças ao “batismo”; sua desenfreada vida homossexual, tudo constituiu a base para o diagnóstico psiquiátrico. 3. De acordo com os critérios atuais da psiquiatria, Ludwig mostrou traços de um transtorno de personalidade esquizotípico, unido a uma síndrome órbito-frontal e um modo de existência extravagante. 4. Bernhard von Gudden fundamentou seu diagnóstico e perícia psiquiátrica seguindo os princípios éticos de beneficência e primum non nocere, “ajudar, ao menos não prejudicar”.
Figueroa, G. (2021). As perplexidades éticas do Rei Ludwig II da Baviera: loucura, extravagancia e profissão médica. Acta Bioethica, 27(2), pp. 161–172. Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/65477