Devido à pressão social e ao desejo individual de ter filhos, a infertilidade é frequentemente acompanhada de sofrimento e diminuição da qualidade de vida. Entre os possíveis mecanismos de adaptação, a religião tem sido sugerida para ajudar a melhorar a qualidade de vida. O objetivo desse estudo foi verificar, em uma coorte de brasileiras em tratamento da infertilidade, se há uma relação entre religiosidade e qualidade de vida. A amostra consistiu de 104 brasileiras voluntárias que procuraram tratamento da infertilidade. Foram administrados os questionários FertiQoL e de Religiosidade. Estatísticas descritiva foram computadas e grupos comparados usando teste do chi-quadrado. A maior parte das participantes no estudo afirmaram que a religiosidade estava associada com bem-estar e 90% delas concluíram que a religiosidade era um processo importante durante o tratamento da infertilidade. O estudo encontrou que a religiosidade leva a uma melhor capacidade de enfrentamento adaptativo. Ainda que seja difícil demonstrar causalidade, os resultados sugerem fortemente que a religiosidade joga um papel importante em ajustar os aspectos psicológicos de mulheres inférteis.
Palavras-chave:
infertilidade feminina, clínicas de fertilização, medicina, qualidade de vida, religião
Como Citar
Oppenheimer, D. ., Peres Caldas, C. ., Menin da Fonseca, G. C. ., Fernandes, C. R. ., Rego, F. ., & Nunes, R. . (2025). Qualidade de vida em pacientes inférteis no Brasil: espiritualidade religiosa como um mecanismo de adaptação. Acta Bioethica, 31(1), 79–88. Recuperado de https://actabioethica.uchile.cl/index.php/AB/article/view/78372